sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Lula é o cara, Obama é o império



O império de Obama
Lucas de Mendonça Morais
Jornalista-estagiário do Conselho Regional de Psicologia - Minas Gerais
http://lucasmorais.blogspot.com

Após o terremoto, 20 mil soldados das forças armadas estadunidenses foram alocados para o controle militar do Haiti, que possui uma população de 9 milhões de habitantes. Estes se unirão aos 7 mil (e já há previsões para mais alguns milhares) de soldados brasileiros. 70 mil soldados das forças armadas estadunidenses se encontram neste momento no Afeganistão. 120 mil militares permanecem ainda no Iraque. Há militares norte-americanos presentes também no Uruguai, no Chile, na Argentina e no Paraguai. A Quarta Frota dos EUA da Marinha norte-americana foi reativada no mar do caribe e conta com aviões, navios e submarinos contra os povos da América Central e do Sul. O golpe militar orquestrado pelas forças imperialistas estadunidenses em Honduras garantiu a permanência das elites corruptas, entreguistas e anti-povo neste país. Na Colômbia, os EUA lograram conquistar 7 bases militares para combater abertamente as forças populares organizadas deste país, são 7 punhais no coração da América Latina, como bem colocou o camarada Fidel Castro. Em El Salvador e Honduras, mais bases. No Peru também. No Suriname e Guiana Francesa, também. No coração do povo revolucionário de Cuba, Guantánamo, a base militar dos EUA que promoveram uma série de torturas e violências inimagináveis durante o Governo Bush, após a promessa não cumprida de Obama prevista para desligá-la até o fim de 2010, o delírio imperialista segue pleno. Some-se a isto, o Governo Obama quebrou o recorde até então estabelecido por Bush Jr, em que prevê $708 bilhões de dólares para as forças armadas norte-americanas.
O eixo da guerra imperialista estadunidense sob a administração Obama, apesar de não aparecer com tanta clareza, é óbvio: petróleo, controle de riquezas minerais, gasosas e privatização da água. Neste contexto, o controle sob países como Venezuela e Equador (responsáveis por 15% do abastecimento de petróleo estadunidense, a mesma porcentagem com a qual o Oriente médio abastece este país), Irã, Brasil, Honduras e Haiti, fica evidente. A Venezuela sabe muito bem da sua importância como potência petrolífera, bem como do Irã. O Brasil recentemente descobriu gigantescas reservas de petróleo na camada pré-sal, na costa sudeste. E relatórios governamentais recentes revelaram a existência de petróleo no Haiti e Honduras, eis a razão fundamental de tais golpes.
Os EUA, além de um grande contingente de exército, dispõem também de tecnologias capazes de realizar destruições em massa de várias formas. Bombas de hidrogênio, bombas nucleares e, hoje, dispõem de uma arma capaz de manipular o meio-ambiente em favor da destruição militar, a tecnologia HAARP (ver mais em: http://en.wikipedia.org/wiki/Haarp). O Governo Russo, através de sua Marinha, apresentou um relatório de atividades no mar do Caribe e evidenciou que no dia do terremoto no Haiti a marinha norte-americana estava realizando uma bateria de testes submarinos. Coincidência? Hoje os EUA podem facilmente provocar um terremoto ou catástrofes como furacões no coração do Irã, destruir toda sua infra-estrutura, o que facilitaria o controle militar deste país. Esta hipótese não está, de forma alguma, descartada. A tecnologia HAARP permite, inclusive, alterar o comportamento humano com ondas eletromagnéticas que alteram o humor. Isto é apenas o pouco que sabemos.
O grau de desenvolvimento da luta de classes na América Latina está hoje em um nível nunca visto antes. Governos eleitos democraticamente pelas massas, de caráter de esquerda, podem dar este sinal. Entretanto, a resistência ultrapassa e muito as aparências destes governos centro-esquerdistas e conciliatórios. Em Honduras, a Frente Nacional de Resistência une toda a esquerda hondurenha na luta por um governo de democracia revolucionária popular, a partir do estabelecimento de uma constituinte revolucionária. No Haiti, primeira e única colônia escrava a se libertar do colonialismo, o povo começa a se organizar contra a permanência das tropas imperialistas e sub-imperialistas (Brasil). Na Venezuela, vanguarda da revolução latino-americana, o povo se organiza e resiste junto a seu comandante aos ataques das elites articuladas com o imperialismo. Na Bolívia, uma revolução que ainda não ecoa nos grandes meios de comunicação como um processo emancipatório de fundamental importância, mas que coloca a questão do socialismo cada dia mais como uma questão de sobrevivência. E Cuba, neste cenário, resiste como o bastião da emancipação social, mesmo com o bloqueio da economia por parte do imperialismo e dos constantes ataques que sofrem.
Neste contexto, Obama atua como o principal agente do imperialismo estadunidense. Muda-se a face (ou máscara?) – altera-se a face horripilante de Bush por um sorriso digno de propagandas de pastas de dentes estadunidenses – e a estrutura de guerra e ataque à soberania dos povos do mundo se mantém. Todas as promessas (lembra-se? “Yes we can!”) caem por terra. Com sorrisos democráticos e progressistas, o que de fato está ocorrendo é uma ameaça substancial que se evidencia na militarização das relações EUA-América Latina. E o eixo desta relação é a tentativa de derrotar todos os avanços obtidos com a revolução bolivariana que unifica cada vez mais as lutas continentais. As escolhas estão postas sobre a mesa: ou as lutas de resistência se intensificam, ou se intensificarão os ataques imperialistas. A luta de classes não conhece meio termo, empate, contradições não resolvidas. Somente a luta e a resistência dos trabalhadores latino-americanos poderão garantir um futuro emancipado não só para este continente, mas para toda a humanidade.
Lutemos, ousemos lutar!